SPORT LISBOA E BENFICA: 1 – Douglas Pires, 2 – Diogo Figueiras (Sub-Capitão), 3 – Bakar Mirtskhulava (15 – Francisco Júnior, 60'), 4 – Roderick Miranda (Capitão), 5 – Mário Rui “Marinho”, 6 – Fágner Soares (14 – Luís Martins, 80'), 7 – Nélson Oliveira, 8 – Ruben Pinto, 9 – Danilo Pereira, 10 – Lassana Camará e 11 – Ademir Santos (16 – Charles Santos, 63').
Suplentes não utilizados: 12 – Bruno Barros, 13 – Tiago Ribeiro, 17 – Domingos Silveiro “Adul” e 18 – Diogo Caramelo.

Treinador: Diamantino Miranda.

UNIÃO DESPORTIVA DE LEIRIA: 1 – Micas, 4 – Pedro Santos, 5 – Paulinho, 6 – Luís Pedro, 9 – Silvério Camará (Capitão) (2 – Fredy, 90'+3'), 10 – Brígido (Sub-Capitão) (3 – Crachat, 90'+2'), 11 – Jardel (12 – Pedro Carvalho, 55'), 22 – Diogo, 23 – Ricardo, 30 – Juary e 33 – Fábio.
Suplentes: 15 – João Faustino, 17 – Dário, 28 – Menhana e 87 – Pedro Graça.
Treinador: Michael Kimmel.
Director: Fernando Paulo.

Disciplina: Cartão Amarelo para Diogo (27'), Micas (41' e 55'), Brígido (43'), Danilo Pereira (64') e Roderick Miranda (85'). Cartão Vermelho por acumulação para Micas (55').
Melhores em campo: Danilo Pereira (SL Benfica) e Brígido (UD Leiria).

O Benfica não conseguiu melhor que um empate sem golos, na recepção à equipa da União de Leiria, em partida a contar para a 11ª jornada do Campeonato Nacional de Juniores. Num encontro sem público e com muita chuva durante os 90 minutos, os visitantes souberam fechar bem os caminhos da sua baliza, perante um Benfica que teve também poucas ideias no ataque para contrariar as dificuldades encontradas.

Tácticas distintas

Diamantino Miranda apostou no seu habitual 4x4x2, semelhante ao utilizado na equipa sénior por Jorge Jesus. Na baliza esteve Douglas Pires, com Diogo Figueiras a alinhar na direita da defesa, Mário Rui na esquerda e com Bakar e Roderick no centro. No meio-campo, Fágner Soares foi a unidade mais defensiva, com Danilo Pereira no vértice direito e Lassana Camará no vértice esquerdo. Ademir Santos foi o médio mais avançado, no apoio aos dois jogadores da frente, Ruben Pinto e Nélson Oliveira.

Já Michael Kimmel apostou num 4x3x3 mais defensivo, com Micas na baliza e um quarteto defensivo composto por Pedro Santos, na direita, Paulinho na esquerda e com Ricardo e Juary como centrais. No meio-campo, Fábio foi o mais defensivo, muitas vezes mesmo como terceiro central, com o apoio de Luís Pedro nas missões mais defensivas. Brígido jogou encostado à esquerda, com Diogo na direita, e Jardel mais no meio, no apoio ao ponta-de-lança de serviço Silvério Camará.

O encontro começou sob uma chuva intensa, o que não ajudou em nada o trabalho dos jogadores, num relvado muito escorregadio e que acelerava muito a bola. E por isso, nos primeiros dez minutos de jogo viu-se muito pouco futebol, com o Benfica a ter mais posse de bola, mas a não conseguir criar perigo, enquanto a U. Leiria tentava sair em contra-ataque quando lhe era permitido.
A primeira boa ocasião de golo surgiu aos 16 minutos, com Mário Rui a bater um canto para a área, onde apareceu muito bem Bakar a cabecear, mas a bola saiu ligeiramente ao lado da baliza. Tentou responder a U. Leiria pouco depois, mas o remate de Jardel saiu muito fraco.
Mais perigo apenas aos 25 minutos. Nélson Oliveira aparece solto a cruzar na direita, com Ruben Pinto a desmarcar-se bem para o cabeceamento na área, mas o remate saiu ao lado. A U. Leiria dificultava muito a tarefa dos encarnados, com uma defesa muito subida no terreno e a fazer os jogadores da casa cair constantemente em fora-de-jogo quando tentavam passes longos para as costas da defesa.
Aos 36 minutos, a U. Leiria esteve perto do golo. Bakar tem uma falha infantil e perde a bola para Camará. O avançado leiriense avançou no terreno e dentro da área rematou muito forte mas também muito torto. No minuto seguinte, novamente Camará, a desembaraçar-se bem de Fágner Soares à entrada da área e a rematar muito forte, para uma boa defesa de Douglas Pires.
Nélson Oliveira também estava em dia não, e nem de livre conseguia facturar. Num espaço de três minutos, 41 e 43, teve duas oportunidades para visar a baliza de livre directo, mas primeiro atirou ao lado e na segunda acertou em cheio na barreira e atirou muito por cima na recarga. Ainda antes do intervalo, Diogo Figueiras teve uma fantástica arrancada pelo lado direito, mas optou, mal, pelo cruzamento em vez do remate, e a jogada perdeu-se nos pés de Ademir Santos.
Pouco depois o árbitro apitava para o descanso. Chegava o intervalo mas continuava a chuva, num jogo que estava a ser de muito pouca qualidade, com as equipas a não conseguirem contrariar o factor negativo do relvado, e com o Benfica a não conseguir arranjar espaços perante uma União de Leiria muito bem organizada defensivamente.

Segunda parte apenas teve emoção perto do final

Na segunda metade, logo aos 47 minutos, Mário Rui de livre directo, a castigar uma mão na bola, tentou visar a baliza contrária, mas o remate sai à figura de Micas, que agarra sem dificuldade. Três minutos depois, foi Brígido, de longe, a tentar a sua sorte também de livre directo, mas a bola sai muito torta.
Com este início poderia-se pensar que o jogo iria ter maior interesse nesta segunda parte. Mas puro engano. Aos 55 minutos, o guardião Micas tem um erro clamoroso, ao agarrar a bola fora da grande área, pouco depois da linha, mas com o árbitro assistente a não hesitar em assinalar a falta. Segundo cartão amarelo para o guarda-redes leiriense e livre directo muito perigoso. Mas Nélson Oliveira estava mesmo com a pontaria desafinada, e no livre remata muito forte mas ligeiramente ao lado, num lance com um pormenor caricato: o recém entrado Pedro Carvalho colocou-se no meio da baliza e claramente não viu a bola partir, já que ela foi para a direita do guarda-redes e este atirou-se precisamente para o lado contrário. Sorte que a pontaria não foi a melhor.
Pouco depois, Roderick Miranda dispôs de uma excelente ocasião, ao responder da melhor maneira a um canto batido por Mário Rui, mas Pedro Carvalho opõe-se com uma defesa de elevado nível.
O jogo entrou depois numa fase mais mal jogada, com a bola a passar muito tempo no meio-campo e em zonas centrais do terreno, onde havia muitos jogadores e pouco espaço para jogar. Por isso só aos 66 minutos se viu novo remate. Brígido, novamente de livre directo, acerta na barreira, e na recarga atira muito forte, com a bola a bater num defesa encarnado e quase a enganar Douglas Pires, mas passou ao lado.
Daqui até final, e com Diamantino Miranda a arriscar tudo no ataque, com as entradas de Charles Santos e Francisco Júnior, colocado no lugar do central Bakar, o Benfica dispôs de três ocasiões claras para marcar. Aos 75 minutos, Charles Santos tem um excelente trabalho na área e remata muito forte, com a bola a embater em cheio na barra da baliza.
Pouco depois, já nos dez minutos finais, Saná tem uma excelente jogada na direita e cruza para a área. Mesmo com um ressalto a bola chega ao centro, onde Ruben Pinto aparece sozinho na cara do golo, mas inacreditavelmente falha na bola e não consegue marcar. E aos 88 minutos, Nélson Oliveira coloca a bola em Ruben Pinto que cruza de imediato para o segundo poste. Charles Santos aparece um boa posição, praticamente dentro da pequena área, mas atira por cima da baliza.
Com falhas destas era ainda mais difícil ganhar, e a verdade é que o jogo caminhou para o final sem mais ocasiões de golo. Pouco depois o árbitro apitava para o final, depois de 95 minutos de jogo sem golos, com muita chuva e com pouco futebol.

Com este empate, o Benfica é alcançado pelo Sporting no topo da classificação. Com a vitória dos leões por 5-0 frente ao Alverca, ambas as equipas estão agora com 29 pontos, com os encarnados a terem neste momento uma melhor diferença de golos. Na próxima ronda, o Benfica desloca-se ao terreno do Odivelas, enquanto a U. Leiria recebe em casa o Portimonense.
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DESTAQUES (União Desportiva de Leiria):

A equipa que viajou de Leiria teve uma enorme consistência defensiva, e por isso algumas das suas melhores unidades estiveram nesse sector. Micas mostrou boa segurança, mas os dois cartões amarelos que vê eram evitáveis. Os centrais Juary e Ricardo estiveram muito bem na marcação a Nélson Oliveira e Ruben Pinto, com os laterais Pedro Santos e Paulinho a aventurarem-se pouco no ataque. No meio-campo, Fábio foi quase um terceiro central, com Luís Pedro a mostrar muita raça e capacidade de luta pela bola, enquanto Ruben Brígido foi quem mais tentou levar a sua equipa para a frente, numa excelente exibição em que ainda tentou algumas vezes o golo. Na frente, a presença mais notada foi Silvério Camará. Muito forte fisicamente, que o digam os centrais encarnados, o avançado leiriense criou muito perigo na primeira parte, mas na segunda deu também uma ajuda preciosa na defesa.

DECLARAÇÕES:

Mister Diamantino Miranda (SL Benfica):

“A análise resume-se a que devido às circunstâncias do tempo, foi um jogo em que a nossa equipa sentiu um pouco isso, tudo é diferente, o passe, a recepção... De qualquer das maneiras, a primeira parte não foi muito boa, devido à U. Leiria praticamente não querer atacar e estar a jogar em fora-de-jogo, e os nossos jogadores não tiveram a inteligência suficiente e esperteza para não cair nessas situações tantas vezes, o que é normal nestas idades. Na segunda parte rectificámos, mas a U. Leiria abdicou totalmente de jogar, se até aí jogava até ao meio-campo, a partir daí jogaram nos últimos 30 metros e com pontapés para a frente. Abrimos a nossa frente de ataque, metemos jogadores nas alas, tirámos um defesa central, e as oportunidades apareceram umas atrás das outras, e eu não queria utilizar aquele chavão do futebol, que diz que podíamos estar ali até amanhã que não marcávamos um golo, porque tivemos três grande oportunidades de golo, pelo menos sem o guarda-redes na baliza, e mesmo assim não conseguimos marcar. Não há que desanimar, os jogadores empenharam-se muito, mas mesmo sendo jovens eles não podem falhar tantos golos”.

(Sobre se o facto de não haver público também complicou a tarefa dos jogadores) “Sim é capaz, eles aqui em casa podem precisar, os familiares, as namoradas, amigos, todos a puxar por eles, ouvem as vozes e por vezes dão um bocadinho mais nos lances, mas nem é por aí, não foi pelo empenho que não conseguiram. Mas na parte final, apesar de carregarmos muito, se tivesse público eles sentiam-se muito motivados. E já agora queria deixar um reparo: cada um trata de si mas estamos em formação e não se pode ensinar miúdos a atirarem-se para o chão, não se quererem levantar, não quererem jogar. Compreendemos que o poderio do Benfica é diferente do da U. Leiria, mas estamos a falar de formação, e aquilo que tem de ser ensinado aos miúdos da U. Leiria é serem sérios e honestos no futuro não passarem o tempo no chão. A segunda parte teve cerca de 30 minutos, não teve mais. Só queria dizer isto, cada um faz aquilo que entende, mas estamos a falar de formação”.


Mister Michael Kimmel (UD Leiria):

“O empate sabe muito bem, a nossa equipa trabalhou muito também tacticamente e com muita disciplina dentro do campo. O Benfica tinha o domínio do jogo, mas nós mesmo assim na primeira parte eles tivemos mais oportunidades que eles, que esperavam uma falha nossa, que não aconteceu. A equipa esteve muito concentrada durante os 95 minutos, e está de parabéns, assim como o Benfica que tem uma excelente equipa. Já perdemos pontos injustos em casa e agora vimos buscar um ponto, com alguma sorte, aqui frente ao Benfica, mas pelo trabalho realizado a equipa merece o empate”.

(Se este empate pode dar novo ânimo à equipa, depois do bom início de temporada) “Ânimo nunca faltou. É uma equipa muito competitiva, bate-se muito bem. Tivemos a lesão do João Vieira, melhor marcador da Série, custou um bocado sim, mas temos tentado compensar essa falta, porque um jogador que em nove jogos marca 12 golos faz sempre falta em qualquer equipa. Mas mesmo com as nossas armas acredito que vamos fazer um campeonato tranquilo para fazer o máximo de pontos possível na primeira volta . Com as condições que temos podemos fazer um bom campeonato

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